A Universidade Castelo Branco neste ano de 2012 começou uma incrível parceria com a Associação de Artesãs de Realengo. Junto com esta parceria, começou um projeto
que, acredito que a maioria de nós, alunos da UCB que caímos de paraquedas nesse projeto, nunca
pensávamos que poderia dar certo. Até
agora. E por que, agora podemos acreditar nisso e no início não? Como alguns
professores já nos haviam avisado, era de se esperar que nós não víssemos um
futuro nesse projeto. Que seria um projeto que não obteria resultados no final
das contas. Mas aí é que tá. Com o tempo e a vivência nesse projeto, –
porque sim, nós tivemos que “pôr a mão na massa” – pudemos ver o quanto o
projeto tem sim potencial e o quanto é IMPORTANTE nós estarmos engajados no
dito cujo, para que possamos trazer não
só felicidade e realização para essas artesãs tão talentosas, cuja profissão é
ainda – acredite- tão desvalorizada, como também , digamos um “degrau a mais”, uma avanço para a nossa
cultura. Já que nada mais bonito e
sincero, do que um artesanato para expressar a cultura nacional.
No dia 07/11/2012, fomos à feira de artesanato, realizada na
Praça da Rodoviária, na Universidade Castelo Branco. Neste dia, tivemos a chance e a honra de
conversarmos um pouquinho com as artesãs ali presentes. Também estiveram
conosco, alguns dos professores, que assim como nós, estão engajados nesse
projeto.
Tivemos o prazer de entrevistar três excelentes
artesãs. A seguir, vamos apresenta-las a vocês.
MARGARETH |
MARGARETE |
VITÓRIA (PRESIDENTA DA ASSOCIAÇÃO) |
01)
Porque a senhora começou a fazer artesanato?
§
Margareth: Sempre
gostei de Arte, minha vida inteira. E não queria ficar a toa depois de me
aposentar.
§
Vitória: Acho que já estava no sangue. Me interessei
pelo assunto, corri atrás de cursos sobre e me dediquei a fazer.
§
Margarete: Por
curiosidade e por querer ter uma “terapia”.
02)
O que
te inspira a criar?
§
Margareth:
Creio que nada me inspira a criar. É
só uma criatividade própria.
§
Vitória: Nada. É uma coisa natural de mim. Tô sempre
pensando no que fazer.
§
Margarete:
Minha
própria mente. Ela flui sozinha, sempre pensando em inovar, até dormindo.
(Risos)
03)
De
quais materiais seu artesanato é feito?
§
Margareth: madeira,
tintas diversas, panos, plástico...
§
Vitória: Panos
e tintas diversos etc
§
Margarete:
Vidro, Bambu, santinhos (comprados),
plástico...
04)
Sua
família te apoia? Ajuda-te na produção?
§
Margareth:
Sim, sempre apoiam e ajudam quando
podem.
§
Vitória: Sim, me apoiam e ajudam muito.
§
Margarete:
Sempre.
05)
O que
você diria sobre a parceria da Castelo com a Associação?
§
Margareth:
Não tem muito que falar, estou
gostando muito. É a primeira vez que alguém faz isso por nós.
§
Vitória: Diria que caiu do céu. (Risos).
§
Margarete: Não
temos muito o que dizer, somente agradecer pela oportunidade.
06)
E
qual é a sua expectativa em relação ao projeto?
§
Margareth:
As melhores possíveis.
§
Vitória: Espero que dê tudo certo, pois sempre
esperei algo como esse, principalmente como
presidenta da associação.
§
Margarete: Com
certeza todas maravilhosas. Hoje em dia é difícil ver um jovem se interessar
pelo nosso trabalho e isso nos faz muito feliz.
Somos muito gratas à universidade e a vocês, alunos.
07)
Você
pretende fazer artesanato pro resto da sua vida, independente do lucro
adquirido?
§
Margareth:
Com
certeza! Me faz feliz.
§
Vitória: Bom,
eu sou advogada, como atualmente estou aposentada, gostaria sim de fazer isso
por muito tempo, mas somente enquanto eu puder e me fizer bem.
§
Margarete: Enquanto
Deus me permitir, estarei fazendo. Me faz muito, muito bem.
08)
Você
poderia me passar seu telefone para que nossos leitores possam entrar em
contato caso queiram conhecer o seu trabalho?
§
Margareth:
Sim, 21 3421-1977 / 21 8647-4475.
§
Vitória: Sim, 21 3309-0722.
§ Margarete: Com certeza, 21 3463-5698.
§ Margarete: Com certeza, 21 3463-5698.
Conforme pode ser visto acima, tivemos a visão das artesãs sobre o projeto que está sendo feito. Para que pudéssemos também saber um pouquinho da visão da UCB, fomos entrevistar a professora Cristiane Cravo:
01)
O que a senhora acha sobre a parceria da UCB com a associação de
artesãos?
Creio que esta parceria
é muito importante tanto para os artesãos quanto para a faculdade pois a Castelo Branco
traz força a esta associação. As artesãs conseguem difundir seu
trabalho e já sentem um reflexo disto
em suas vidas, se tornam ainda mais importantes no contexto social. Para a
Universidade conseguimos mostrar que pensamos "fora da
caixa", que valorizamos este mercado. É um trabalho
profissional, mas com cunho social muito forte.
02) Como educadora de
uma renomada instituição de ensino superior, o que a senhora diria sobre a
importância do artesanato para nossa cultura nacional?
Além de materializar a
alma da cultura brasileira, o artesanato é um setor da economia cujo
crescimento possui alto potencial de geração de trabalho e renda, merecendo uma
política de desenvolvimento sustentável voltada para o setor. Pode ser
associada a projetos sociais e de desenvolvimento turístico enriquecendo ainda
mais a cultura do nosso país, agregando valor e foco aos países em
desenvolvimento como o Brasil.
03) Tendo respondido a
pergunta acima, o quão importante é o artesanato na sua vida pessoal?
O artesanato é ainda
algo novo na minha realidade, algo que tenho estudado a fundo e que
sinceramente tem me conquistado. Antigamente, eu via o artesanato de outra
forma, como “souvenir" em viagens para levar aos mais chegados. Hoje
consigo vislumbrar um plano de negócios que sendo bem explorado consegue obter
retorno certo.
04) Se você estivesse,
digamos, do "outro lado" sendo uma representante do artesanato Europeu, você
acharia interessante essa
parceria/exportação? E porquê?
Ao exportar estamos
promovendo o setor artesanal de atividade meramente de subsistência para uma
atividade profissional rentável. Nesse sentido, o Governo Federal tem criado
entidades em todos os estados da federação, exatamente com o objetivo de apoiar
o setor exportador. O PAB - Programa do Artesanato Brasileiro tem como função
coordenar as ações para o desenvolvimento do setor artesanal.
05) Para finalizarmos, qual é a sua expectativa para com esse
projeto? A senhora gostaria de continuar contribuindo com seus valores,
princípios e conhecimentos adquiridos ao longo da vida, para que este tão
importante projeto se tornasse ainda mais grandioso do que ele já está sendo
para a vida dessas artesãs?
Minha expectativa é que o projeto
cresça, tome forma e que possa contar com o suporte de profissionais da UCB
para expandir ainda mais esse projeto e tornar o e-commerce destes produtos uma
realidade.
_______________________________________________________________________________
Podemos
concluir esse post com uma frase: “Nunca podemos desistir de nossos
sonhos”. E é justamente o que essas
artesãs vêm fazendo a vida inteira. Não importa se o artesanato ainda está
desvalorizado, o que importa pra elas, como elas mesmo fizeram questão em
frisar durante nossa entrevista é que isso as faça BEM, FELIZ, independente do
lucro. E no final de tudo, elas fazem
uma coisa que poucos fazem nesse país:
Expressar nossa cultura, se orgulhando da mesma.
Por
Jessica Lucas e Camila Orofino.
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